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Pedro Nascimento Cabral defende que temos o dever de “deixar para as novas gerações cidades sustentáveis”
O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, defendeu, ontem, que mais do que uma tendência, a sustentabilidade é uma necessidade para o futuro global.
“Deixar para as novas gerações cidades sustentáveis é obrigação de todos nós”, afirmou o autarca na sessão de abertura do debate “Centros Históricos: Desafios Emergentes”, que teve lugar no Centro Natália Correia, numa iniciativa da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos.
O Presidente acrescentou que este compromisso geracional tem de ser assumido hoje para fazer face aos objetivos da Europa em matéria ambiental e climáticas e para que amanhã os que vão habitar os espaços públicos se possam orgulhar do legado por nós deixado.
Este desafio, que é transversal a todas zonas urbanas, passa, no seu entender, por combater as alterações climáticas, pela descarbonização, preservação do património edificado, utilização de transportes mais ecológicos e por humanizar as cidades, ou seja, devolver as cidades às pessoas.
Pedro Nascimento Cabral considerou ser importante estimular o debate em torno destas questões, congratulando a Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos, na pessoa do seu Presidente, Nuno Costa, pela iniciativa.
“A Ordem dos Arquitectos tem de estar envolvida neste desafio e ser um parceiro ativo em cada município”, arguiu o autarca.
Após a sessão de abertura, teve lugar o debate que contou com as intervenções de Daniel Miranda, Licínio Tomás e Alexandra Gesta, e moderação a cargo de Filipe Mota, vogal do Conselho Diretivo Regional dos Açores da OA.
Discussão em torno dos centros históricos é essencial
O Presidente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos, em declarações à PDL TV, considerou ser importante envolver a população no debate em torno de um tema “essencial” como o da requalificação dos centros históricos, justificando a realização do debate “Centros Históricos: Desafios Emergentes”.
Para Nuno Costa os centros históricos são verdadeiros motores de desenvolvimento e espaços de socialização, identidade e memória.
Importa, por isso, defender e implementar políticas ligadas ao ambiente e sustentabilidade, retirar os automóveis dos centros e dar lugar aos peões.
“Sustentabilidade, mobilidade e inclusão” são, em suma, na opinião do Arquitecto conceitos a ter em conta com vista a potenciar o desenvolvimento dos centros históricos e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
O geógrafo Daniel Soeiro Miranda apontou como os principais desafios no que concerne à requalificação dos centros históricos ter conhecimento aprofundado do património e do local que vai ser intervencionado, delinear uma estratégia de intervenção, apostar na qualificação dos trabalhadores da construção, manter coerência ao longo da intervenção e ter em consideração as oportunidades de financiamento.
O sócio fundador da APRUPP - Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património, da qual é atualmente vice-presidente, considera ainda que importa disseminar o conhecimento e as boas práticas, enaltecendo, por isso, a iniciativa.
A arquiteta Alexandra Gesta, que trouxe ao debate o exemplo de Guimarães, alertou para a necessidade de encontrar o equilíbrio entre a atualidade, a mobilidade, as pessoas que moram e têm comércio nos centros históricos e o turismo, bem como equilibrar a relação dos centros com a envolvente.
Para a dirigente do projeto que em 2001 classificou a cidade de Guimarães como Património Cultural da Humanidade (UNESCO) e coordenadora do projeto da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012, a questão da mobilidade é determinante, alertando, ainda, para a importância de, num processo de requalificação, coordenar as várias disciplinas.
Recorde-se que Alexandra Gesta, além de ter recebido diversos prémios do IHRU, recebeu o Prémio Real Fundação de Toledo e o Prémio Nacional de Arquitetura/Reabilitação. Tem dezenas de publicações sobre o tema do património e do território.
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