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Bolieiro sublinha importância de assinalar o 1.º de dezembro
Ponta Delgada recebeu, esta manhã, as celebrações do 1.º de dezembro, data comemorativa da Restauração da Independência Nacional de 1640.
Depois do Hastear das Bandeiras, no edifício dos Paços do Concelho, ao som dos Hinos pela Banda Militar dos Açores (em parceria com o Comando da Zona Militar dos açores), teve lugar, no Salão Nobre, uma sessão histórico- cultural.
Na ocasião, o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada sublinhou a importância de celebrar o 1.º de dezembro. “É sempre uma vantagem fazermos, entre a satisfação e o orgulho do que somos, o resgate dos fundamentos do que fomos e que nos fizeram ser o que somos”, afirmou.
Para José Manuel Bolieiro, este é um dia de celebração por referência à “conquista, à heroicidade e à vantagem de termos sido o que fomos para sermos o que somos”.
O edil expressou a sua satisfação por a Câmara Municipal de Ponta Delgada se ter, em boa hora, associado à Sociedade Histórica da Independência de Portugal nos Açores para a celebração deste dia e no Salão Nobre. Saudou o Delegado da SHIP nos Açores, Professor Doutor Eduardo Ferraz da Rosa, e congratulou-se com a “feliz e profícua” cooperação mantida entre o Município de Ponta Delgada e a Sociedade Histórica da Independência de Portugal, contribuindo para o “fazer história com a História do nosso país”.
Na conferência evocativa, o Prof. Doutor João Figueiroa-Rêgo, que abordou o tema a Lembrar hoje 1640: “Quando estas razões esquecem por antigas”, procurou dar resposta à questão porque é que passado tanto tempo continuamos a celebrar a sentir o 1.º de dezembro?. “Se quando qualquer pessoa festeja anualmente a data do seu nascimento isso significa que está presa no passado ou, pelo contrário, celebra a chegada ao presente com os olhos postos na esperança do futuro? Com os países devia suceder exatamente o mesmo. Por isso, (...)não fiquemos acorrentados ao preconceito e, na pluralidade das nossas opiniões, reconheçamos a atualidade da efeméride e continuemo-la somente por aquilo que deve representar: um traço identitário e de união próprio de portugueses”, defendeu Figueiroa-Rêgo”.
Município vai encetar contactos com a Assembleia da República para publicação de estudo de Carlos Cordeiro sobre regionalismo e autonomia
O Presidente da Câmara Municipal anunciou, com emoção e entusiasmo, que vai encetar os contactos com o Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, para que seja lançado em Ponta Delgada, no Salão Nobre, o livro “Regionalismo e Autonomia: os Casos dos Açores e da Madeira das Origens ao Debate Institucional”, que inclui os estudos do autonomista e antigo colaborador do Município Professor Doutor Carlos Cordeiro sobre o regionalismo e a autonomia. O estudo conjunto foi, inclusive, distinguido com o Prémio António Barbosa de Melo de Estudos Parlamentares 2018, atribuído pelo Presidente da Assembleia da República.
A proposta foi lançada por Eduardo Ferraz da Rosa que, esta manha, partilhou memórias de Carlos Cordeiro e enfatizou a importância deste contributo mobilizador do pensamento e ação importantes para uma reflexão sobre temáticas mencionadas.
João Figueiroa-Rêgo, Mestre em História das Instituições e Cultura Moderna e Contemporânea, e Doutor em História Moderna, com a Tese “A honra alheia por um fio: os estatutos de limpeza de sangue nos espaços de expressão ibérica (sécs. XVI-XVIII)”, editada pela FCG/FCT (2011), é autor de uma vasta obra sobre temáticas de História Social, Cultural e Económica luso-afro-brasileira, ibérica e atlântica, publicada em vários livros e artigos, e também apresentada em conferências e comunicações em múltiplos Congressos e Simpósios nacionais e internacionais.
Investigador e subdiretor do CHAM – Centro de História de Além-Mar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é também Coordenador dos ANAIS de História de Além-Mar e membro do Conselho Científico da Comissão Portuguesa de História Militar e do Júri do “Prémio de Defesa Nacional”.
Vogal da Secção de Heráldica, Genealogia e Falerística da Sociedade de Geografia de Lisboa, o Doutor Figueiroa-Rêgo integrou diversos Projetos Internacionais de Investigação e recebeu os Prémios da Fundação António Almeida e da Associação Portuguesa de História Económica e Social, este último para a melhor Dissertação de Mestrado na sua área de especialidade (História Social Moderna).
A SHIP – que possui uma Delegação Oficial nos Açores, dirigida desde 2001 pelo seu Sócio de Mérito, o professor universitário e investigador Dr. Eduardo Ferraz da Rosa, mantém um Protocolo de Colaboração com a Câmara de Ponta Delgada, tendo estado tradicionalmente ligada à organização e coordenação de diversas iniciativas e parcerias de formação e divulgação histórico-cultural, científica, literária e artística, e bem assim à promoção de cerimónias cívicas nacionais, nomeadamente as Comemorações do 1.º de Dezembro e outras Efemérides de alto significado na História e na Cultura Portuguesas, nas quais os Açores desempenharam importantes e decisivos papéis.
Fundada em 1861, esta Sociedade Histórica de Cultura e Educação, com sede no Palácio da Independência em Lisboa, visando a defesa da Identidade e da Independência de Portugal, é Pessoa Colectiva de Utilidade Pública (desde 1987), Grande Oficial da Ordem Militar de Cristo, Medalha de Mérito Municipal (Grau Ouro) da Câmara de Lisboa e Membro Honorário da Ordem do Infante.