Passar para o Conteúdo Principal Top
Ponta Delgada
Câmara Municipal de Ponta Delgada
Câmara Municipal de Ponta Delgada Porta de Futuro
  • facebook
  • youtube
  • instagram
  • twitter
Hoje
Máx C
Mín C

Intervenção do Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada na cerimónia comemorativa do 470º aniversário da cidade

04 Abr '16 a 30 Abr '17

Exma. Senhora Secretária Regional Adjunta da Presidência para os Assuntos Parlamentares,
Dra. Isabel Almeida Rodrigues, em representação de Sua Excelência o Presidente do Governo Regional
Exmo. Senhor Deputado à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores – Seu Vice-Presidente, Dr. Ricardo Viveiros Cabral
Magnífico Reitor da Universidade dos Açores,
Professor Doutor João Luís Gaspar
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Dr. Francisco Rego Costa,
Exma. Senhora Diretora do Centro Regional dos Açores da RTP
Dra. Lorina Rolão Bernardo
Caros Oradores Convidados Dr. José Maria Lopes de Araújo e doutor Ricardo Manuel Madruga da Costa
Exmo. Senhor Juiz Presidente do Tribunal da Comarca dos Açores,
Senhores Vice-Reitores e Pró-Reitores
Exmo. Senhor Presidente do Conselho Geral da Universidade dos Açores
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal dda Ribeira Grande
Exma. Senhora Presidente da Câmara Municipal de Lagoa
Senhores Vereadores

Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia
Senhores Deputados Municipais
Exmas. Autoridades militares, civis e religiosas
Senhores Presidente da Direção e da Assembleia Geral da Associação Académica
Colaboradores da Universidade dos Açores e da RTP/Açores
Minhas senhoras e meus senhores
Caras e caros amigos e munícipes,

A 2 de abril do ano da graça de 2016, festejamos 470 anos de vida da cidade de Ponta Delgada.
Celebramos o aniversário da cidade, concelebrando a sua centenária história com a também significante história, de 40 anos, da Universidade dos Açores e da RTP/Açores - duas instituições fortemente influentes na vida de Ponta Delgada e dos Açores, da vida dos ponta-delgadenses, dos açorianos e dos portugueses.

Hoje completam-se 470 anos da elevação de Ponta Delgada a cidade, sob a determinação da Carta Régia, datada do dia 2 de abril de 1546, assinada por D. João III, o 15º Rei de Portugal, de cognome o Piedoso.
Era aceitável que numa festa de aniversário da cidade reservássemos todas as atenções e encómios a Ponta Delgada, mas é do nosso timbre valorizar o que somos pelo todo e pelo efetivo valor de cada parte.
E a verdade é que a nossa história coletiva é feita de pluralidade: de povo, de intuições, de factos e de lugares.

Nas anteriores celebrações do aniversário da cidade de Ponta Delgada, tive o gosto e o privilégio de destacar, em cada uma das minhas palavras, a história global de progresso da nossa cidade e concelho, que muito nos orgulha individual e coletivamente, tanto no seu contexto social, económico e cultural, como no seu contexto geográfico, na ilha de São Miguel, como nos Açores, em Portugal e no mundo inteiro, através da diáspora.

Tal como há três anos atrás afirmei e hoje reafirmo, Ponta Delgada inscreve, de forma elevada e indelével, a sua dimensão geográfica e histórica, a sua identidade cultural, económica, política e cívica, na história dos Açores e de Portugal.

Somos feitos destas maresias e lavas insulares que nos ancoram, de forma distintiva, no mapa das quinas, mas que nos firmam no atlântico norte, entre a Europa e a América.

Tem sido com o nosso caráter ilhéu que temos resistido aqui, fazendo a história de Ponta Delgada e dos Açores.

As centenas de anos vividos aqui forjaram em nós uma atitude de sólida resiliência ao isolamento e de inabalável vontade de aqui progredir.

Temos sabido combater o abandono e a indiferença, e conseguimos forjar o nosso sentimento de pertença à terra onde escolhemos viver.
Hoje continuo a acompanhar um atualíssimo pensamento de Antero de Quental, que expressava receio sobre “o perigo da indiferença da parte dos governados para o que diz respeito aos homens e às cousas do governo”.
Considerava bem Antero Quental que este seria um dos piores sintomas de desorganização social num povo livre.

E é por ter profunda convicção nesta verdade histórica, que, nesta evocação do quarto centésimo septuagésimo aniversário da cidade de Ponta Delgada, optámos por distinguir, com atribuição honorífica, a importância decisiva e estratégica da nossa televisão dos Açores e da nossa Universidade dos Açores, entregando a cada uma a justificadíssima medalha de mérito municipal.

Ponta Delgada com a existência da Universidade dos Açores e da RTP/Açores no seu território, e durante estes últimos quarenta anos, mudou. E mudou para muito melhor, com o seu inequívoco contributo.

A sua atividade na cidade reforçou o conhecimento, a identidade e o progresso da nossa sociedade, da nossa economia, da nossa cultura, da nossa notoriedade e da nossa matriz cosmopolita. Sem a Universidade dos Açores e sem a RTP/Açores, Ponta Delgada não seria a mesma. Estaria mais pobre.

Por tudo isso, são instituições merecedoras de mais, mas a nós, Município, é este o reconhecimento e é esta a distinção honorífica que podemos atribuir.

A Universidade dos Açores e a RTP/Açores têm sido Instituições magníficas, que têm sabido viver e sobreviver com algumas incompreensíveis indiferenças “dos homens e das cousas do governo”.

É também por isso que temos de nos importar com a sua história e com o seu futuro, que é efetivamente do nosso interesse coletivo, em Ponta Delgada e nos Açores.

Sei que é já conclusivo este nosso reconhecimento, mas tem arreigado lastro nos mesmos fundamentos, tão notavelmente expostos, pelos dr. José Maria Lopes Araújo, em relação à RTP/Açores, e pelo Doutor Ricardo Manuel Madruga da Costa, em relação à Universidade dos Açores.

Quero, aqui e neste momento, agradecer, penhorado, a cada um de vós, caro Dr. Lopes de Araújo, antigo Diretor do Centro Regional dos Açores da RTP, e caro doutor Madruga da Costa, primeiro Presidente do Conselho Geral da Universidade dos Açores, a gentileza da aceitação do meu convite para palestrarem, com o vosso reconhecido brilho e conhecimento de causa, sobre as instituições nossas homenageadas.

Testemunhei, todos aqui testemunhamos, a excelência, a objetividade e a factualidade dos justos fundamentos para os mais merecidos encómios e reconhecimento à RTP/Açores e à Universidade dos Açores.

Mas também sei da profunda dedicação sentimental e profissional que vos liga à vida, à história e às concretizações de sucesso da televisão e da Universidade dos Açores.

Parabéns pela vossa notabilidade e pelos vossos testemunhos.

Muito obrigado pelo vosso excelente contributo nesta cerimónia e na vida das instituições a que também pertencem.

É sem demagogia e sem fingimento da realidade que afirmo o conhecimento que tenho de tantos constrangimentos e de tantas ausências estratégicas que a Universidade dos Açores e a RTP/Açores têm sofrido, de responsabilidade nacional e regional, para com o serviço público de televisão e para com ensino superior público, nos Açores.

E por ter sido assim é que ainda tem mais valor o que fizeram ao longo destes anos a televisão e a Universidade dos Açores, e designadamente os seus gestores, responsáveis do presente e do passado, a quem cumprimento e saúdo reconhecidamente.
Ao Magnífico Reitor, professor doutor João Luís Gaspar, dirijo uma palavra de enorme apreço pela sua disponibilidade para aqui estar a receber das nossas mãos a medalha municipal de mérito atribuída à Universidade dos Açores.

Reconhecemos em si a coragem e a superior capacidade para assumir as responsabilidades reitorais numa época tão difícil, onde prevalece mais o garrote do que a disponibilidade financeira e económica para fazer o que ambiciona e o que é preciso. Temos confiança no que está a fazer e fará pelo futuro da Universidade dos Açores.

À Sra. Diretora do Centro Regional dos Açores da Rádio e Televisão de Portugal, Dra. Lorina Rolão Bernardo, também dirijo a minha palavra de satisfação por ter sido a si a quem entreguei a medalha de mérito municipal atribuída à RTP/Açores. É da televisão dos Açores que falámos e não da televisão nos Açores. Fazia questão que a representação da RTP fosse assim assegurada por si, nessa qualidade de dirigente. Sei que compreende e assume a carga simbólica deste objetivo. Confiamos na sua capacidade de afirmação dessa autonomia de gestão.

Minhas senhoras e meus Senhores,

Uma palavra para o futuro.

O futuro da Pólis é responsabilidade de todos. Todos nós fazemos parte dela. Cada um de nós é corresponsável.

Deixo uma convicta exortação aos órgãos de Soberania, aos Órgãos de Governo Próprio da Região Autónoma dos Açores, aos gestores do Ensino Superior em Portugal e da Rádio e Televisão de Portugal, ao Poder Local dos Açores, à cidadania, optemos pela cooperação entre instituições na defesa do interesse comum inequívoco, que a Universidade dos Açores e a RTP/Açores representam para nós.

O presente é difícil e o futuro será impossível se estivermos todos de costas voltadas uns para os outros.

O garrote financeiro retira viabilidade e sustentabilidade a estas duas indeclináveis instituições na vivência dos Açores e da açorianidade.
Num tempo onde prevalece a ideia e a prática da Co-decisão; da Co-ação; do Co-working, do Co-financiamento, devemos disponibilizarmo-nos todos para inventar uma solução estável, previsível e sustentável para um modelo que promova o co-financiamento no futuro da Universidade dos Açores e da RTP/Açores, que se deseja auspicioso.

Relembro, a terminar, a feliz expressão de William Cowper “Deus fez o campo, e o homem fez a cidade”.

É assumindo, com coragem, esta nova atitude de mudança disruptiva do estado das coisas, que poderemos confiar num futuro melhor destas instituições e da própria Pólis.

A nossa cidade está de parabéns. A Universidade e a Televisão dos Açores estão de parabéns. Estamos todos de parabéns!
Disse!
Muito Obrigado.

José Manuel Bolieiro
Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada