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Biblioteca Municipal Ernesto do Canto reabre ao público
A Biblioteca Municipal Ernesto do Canto, em Ponta Delgada, reabre ao público amanhã, após a obra de remodelação do edifício.
Com um custo de 235.458,10 euros (sem iva incluído), foi inaugurada esta tarde pelo Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.
José Manuel Bolieiro reafirmou opção estratégica municipal, numa altura em que “não é possível fazer tudo, para todos e em todo o tempo”, nos projetos educativos e culturais.
Uma opção a que se junta a de valorização, ampliação e reabilitação das existências, contribuindo para a preservação de uma identidade e história, bem como, no caso da Biblioteca Municipal, de hábitos.
“Cada vez mais queremos valorizar a nossa intelectualidade, o resgate da memória e o prestígio que os Açores têm na literatura e em outras áreas e que não se esgota na nossa dimensão geográfica terrena”, sustentou o edil.
O Município materializa este objetivo estratégico através da promoção de eventos como o Arquipélago de Escritores- que começa amanhã – e do investimento em obras como a empreitada de remodelação do edifício da Biblioteca Municipal, que se apresenta como uma “referência educativa e cultural”.
Ademais, relembrou o autarca, Ponta Delgada vai criar um outro polo em homenagem a Fátima Sequeira Dias, na freguesia de São José.
“Estamos a ampliar lugares de conhecimento, aprendizagem, inspiração e intelectualidade”, congratulou-se o Presidente, “satisfeito com o feito e com disponibilidade para fazer mais”.
Bolieiro, na sua intervenção, acrescentou uma palavra de esperança: a esperança de que os alunos, pais, professores, munícipes e visitantes encontrem na biblioteca, que alia a história e a modernidade, um espaço amigo da pesquisa e do desenvolvimento pessoal e intelectual.
A intervenção do Presidente teve lugar após o descerramento da placa de inauguração das obras e antes da visita guiada pelas instalações e que foi conduzida por José de Mello pelos 3 espaços públicos da biblioteca que conta com mais de 15 mil livros e que estará aberta de segunda a sexta entre as 10h00 e as 18h00.
Em relação à obra, de uma forma genérica, procedeu-se à demolição de todas as construções dissonantes existentes no logradouro,de modo a transformá-lo num espaço exterior de fruição, resolvendo-se o acesso ao bloco poente por meio de uma nova escada lançada sobre esse espaço exterior de forma mais consentânea com a filosofia geral da proposta, constituindo o prolongamento natural do objeto interior que, se pretende toque o edificado de forma indelével.
No que se refere ao acesso ao edifício, procedeu-se à substituição da escadaria nascente por uma rampa, para possibilitar o acesso a pessoas com mobilidade condicionada, a materializar em chapa de aço quinada acabada a negro, aspeto cromático que se pretendeu ver reproduzido na generalidade dos elementos metálicos do edifício.
Ao nível dos aspetos de exterior do edifício, tudo o resto foi mantido integralmente, procedeu-se à recuperação das caixilharias de madeira e reboco das fachadas, à substituição geral da cobertura, para substituição por uma estrutura de perfilados metálicos, cobertos por painéis isotérmicos de chapa ondulada para reposição da telha de canudo existente.
A substituição da cobertura permitiu a criação de um pé-direito mais amplo no interior do edifício, potenciando a utilização de um segundo piso parcial (mezaninne) que proporciona uma melhor rentabilização do espaço como um amplo objeto aberto, articulado de forma lógica pela disposição dos escassos compartimentos encerrados, escadas e áreas de trabalho mais ou menos reservadas.
Assim, de forma genérica, o projetista desenvolveu o programa pretendido na conceção de um objeto que ocupa o espaço interior do edifício, materializado com recurso a estrutura de perfilados metálicos revestidos a painéis de MDF, para acabar na cor negro, de modo a garantir alguma neutralidade em relação ao espaço existente de aspeto cromático branco, explorando a plasticidade do metal e dos painéis de revestimento no sentido de criar um objeto singular que interage com o espaço existente pela forma como a luz se projeta no interior, criando espaços mais iluminados e de luz mais difusa. O objeto toca o espaço envolvente apenas nos pontos de que estabelecem a comunicação com o exterior ou com o corpo a nascente que, sofrerá menor intervenção.