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Sistemas energéticos ambiental e economicamente sustentáveis criam cidades mais saudáveis
Numa altura em que se debate, um pouco por todo o mundo, os efeitos nefastos que as alterações climáticas já começam a provocar, sobretudo nos grandes centros urbanos, Ponta Delgada recebe, pela segunda vez consecutiva, um workshop da Smart Cities Tour, coorganizado pela Câmara Municipal presidida por José Manuel Bolieiro.
A iniciativa, que se realizou hoje, na Aula Magna da Universidade dos Açores, contou com a participação de mais de uma dezena de conferencistas e teve como tema “Adaptação às Alterações Climáticas”.
Uma das conclusões do workshop foi no sentido de que é necessário apostar cada vez mais em sistemas energéticos ambiental e economicamente sustentáveis, os quais ajudam a criar cidades mais saudáveis. Isto tendo em conta que são precisamente as cidades as que acusam a maior pressão relativamente a esta matéria.
A sociedade atual é cada vez mais urbana e é precisamente e, por isso mesmo, existe uma maior pressão das alterações climáticas sobre as cidades, que se debatem, ainda, com o aumento do consumo energético, problemas de mobilidade, aumento da produção de resíduos, entre muitos outros fatores negativos que urge combater.
No Smart Cities Tour 2019, organizado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses, através da Secção Cidades Inteligentes, e em parceria com a NOVA Cidade, foram apresentados casos concretos sobre os efeitos das alterações climáticas no país em geral e nos Açores em particular, mas também divulgadas medidas através das quais todos podem contribuir para ajudar a evitar catástrofes futuras.
Ao longo de todo o workshop, foram dados a conhecer os principais desafios com que o ser humano se debate e alguns dos projetos que estão a ser desenvolvidos pelos municípios e empresas, através dos setores ligados à Ciência e à Tecnologia, nomeadamente com a introdução de práticas ambientais saudáveis.
Sustentabilidade ambiental e económica, eficiência energética, energias renováveis, novas tecnologias, redução da produção de resíduos, reciclagem, minimização das perdas de água são apenas algumas das medidas necessárias para ajudar no combate ao inevitável aquecimento global, que deriva das alterações climáticas.
No workshop foi também defendido que a tecnologia tem um papel de extrema importância no caso em apreço, nomeadamente no sentido de alertar e consciencializar as populações, através da prevenção e da informação atempada sobre eventuais catástrofes.
Esta é uma questão à escala global e os Açores não fogem à regra. Antes pelo contrário, na Região já se começam a sentir os efeitos das alterações climáticas, sobretudo ao nível do aumento da precipitação, durante o inverno, e ao facto da água do mar começar a afetar a água subterrânea, que abastece as populações (98%). Fator que já se começa a fazer sentir em algumas ilhas.
O aumento da produção de resíduos, que deriva do incremento da população flutuante, é também uma questão que começa a preocupar as entidades públicas e privadas regionais - nos Açores são produzidas 177 mil toneladas de resíduos (dados de 2018).
No entanto, nem tudo é negativo. Nas 9 ilhas e, segundo dados relativos ao último ano, houve uma redução acentuada no uso de sacos plásticos (de 86,5% em 2015 para 14,3% em 2018) e foram retiradas do mercado 386 mil palhinhas.
Os Açores também estão, segundo a União Europeia, na vanguarda da transição energética. Atualmente, as energias renováveis representam 40% do total, esperando-se que, em 2013, cheguem aos 56%.
O Smart Cities Tour 2019 debateu, por outro lado, a necessidade de haver um melhor planeamento no que respeita à ocupação e uso do solo, a plantação de árvores, e a criação do projeto piloto Smart Meters e iluminação pública energética.
Recorde-se que os oradores do Smart Cities Tour 2019 foram Roberto Andrade (Altice), Gonçalo Nuno Simões (CTT), Pedro Braga (Fundação AIP), Luís Dias (CENSE, Center for Environmental and Sustainability Research) da Facultade de Ciências e Tecnologia da Nova, Alcino Lavrador (Altice Labs), José Virgílio Cruz (Universidade dos Açores), Hernâni Jorge (Diretor Regional do Ambiente), Andreia Carreiro (Diretora Regional da Energia), João Dinis (Cascais Ambiente – contacto via Skype), Carlos Botelho (MUSAMI), Artur Gil (Universidade dos Açores), Eduardo Rocha (EDA).