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Ponta Delgada, capital ibero-americana de antropologia

Ponta Delgada, capital ibero-americana de antropologia
08 Março 2019

Ponta Delgada vai acolher na próxima semana o XXIV Congresso Internacional de Antropologia de Ibero-América.
O evento irá reunir perto de duas centenas de palestrantes e congressistas, 120 dos quais oriundos de 17 países estrangeiros (México, Espanha, Chile, Venezuela, Cuba, Costa Rica, entre outros).  
O Presidente da Câmara Municipal relevou, esta manhã em conferência de imprensa, o importante contributo deste evento para a “internacionalização de Ponta Delgada” e para a sua afirmação enquanto destino de turismo de congressos e de outros eventos de natureza científica.
 “É uma honra para Ponta Delgada ser o primeiro município português a receber o evento”, afirmou, acrescentando que “estamos a dar cumprimento a um objetivo estratégico de Ponta Delgada e dos Açores que é, no âmbito do desenvolvimento turístico, sermos e potenciarmos um destino de realização de congressos internacionais e sobretudo na época  baixa”.
José Manuel Bolieiro complementou que o evento irá contribuir, igualmente, para a “criação de um lastro futuro de valorização do nosso património imaterial”.
“Sempre entendi a política pública municipal também vocacionada para o pensamento, para a intelectualidade, para o envolvimento identitário do nosso povo num contexto universalista”, reiterou, afirmando que “Ponta Delgada é a capital ibero-americana de antropologia” na próxima semana.
O Presidente está confiante no sucesso do XXIV Congresso Internacional de Antropologia de Ibero-América pela qualidade do programa e dos palestrantes, pela projeção a nível mundial que o mesmo terá e pelo contributo que dará para a valorização do património imaterial dos Açores.
Luiz Nilton Corrêa, por seu turno, congratulou-se com o impulso motivacional da Câmara Municipal para sediar o evento mundial em Ponta Delgada.  
O diretor do congresso destacou a importância do congresso que se afirma como um dos mais significantes eventos mundiais de antropologia e o seu caráter multiplicador: os congressistas vão levar não só fotografias, mas sobretudo conhecimento científico para divulgar em revistas, universidades.
Enalteceu, igualmente, a riqueza e diversidade cultural do arquipélago dos Açores.
O XXIV Congresso Internacional de Antropologia de Ibero-América vai ter lugar de 12 a 15 de março, em Ponta Delgada. Estão previstas palestras, lançamentos de livros e a assinatura de protocolos de colaboração entre a Câmara de Ponta Delgada e diversas instituições.
Todas as sessões do congresso são de entrada livre. A sessão de abertura terá lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelho e as restantes no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional.
O evento é uma realização conjunta da Câmara Municipal de Ponta Delgada, da Universidade de Salamanca (Espanha) e do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (Brasil).  
A direção do Congresso está a cargo do brasileiro Luiz Nilton Corrêa e do espanhol Ángel Espina Barrio.

Museus, Turismo e Património
O evento realiza-se sob a tríplice temática de elos entrelaçados: Museus, Turismo e Património.
A programação, que consta de quase trinta sessões, apresenta-se como variada e interdisciplinar. A antropologia aplicada (seja ao património ou ao turismo) amplia o seu diálogo com a museologia, a literatura, o indigeníssimo, as artes plásticas, a administração, a política, a religião, a economia e diversos outros campos do conhecimento humano.
Na conferência de abertura, Alexandre Fernandes, que integra o Museu do Amanhã (Rio de Janeiro), falará sobre o futuro dos museus, e dará a receita de como vencer a dicotomia local/global. O fundador do Congresso, professor Ángel Espina Barrio, da Universidade de Salamanca, fará a conferência de encerramento, uma homenagem a Portugal, sob a forma de uma reflexão a respeito do ciclo festivo da cidade portuguesa de Fundão.
O enfoque crítico predomina nas mesas do Congresso. Duas delas tratam dos casos (e descasos): o do Museu Nacional do Rio de Janeiro e o da Estrada dos Currais, em Goiás. Outras se ocupam dos patrimónios ignorados e uma lança um alerta sobre o idioma como património: “um povo que não respeita sua história ruma ao olvido”.
Também serão apresentadas propostas sobre o público do museu, sua gestão, as novas museologias e o futuro. E também a respeito dos museus como espaço privilegiado da educação, as questões identitárias, bem como a tradição reinventada numa cultura globalizada, e as práticas turísticas dos Seniores perante a nova oferta cultural.
Os temas portugueses também estarão muito presentes no Congresso. Como na palestra “Açorianeidade: Identidade e Comunidade”. Ou então: “Estudo arqueológico e antropológico (Preliminar) das estruturas piramidais da ilha do Pico (Açores)”.  E: “Uma proposta museal para o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres de Ponta Delgada”.
Exemplos de ações de preservação, como a das informações do acervo do NEA (Núcleo de Estudos Açorianos) será tema de uma mesa. Um pesquisador falará sobre a imigração açoriana para as fazendas de café paulistas. Exemplos açorianos terão destaque: como a sinagoga de Ponta Delgada ("um museu de reencontros e de regressos"), e as procissões religiosas de São Miguel, além do “Ecomuseu do Ribeirão da Ilha: na décima Ilha do Arquipélago dos Açores uma abordagem antropológica”.  E mais: “De objetos “esquecidos” a objetos que “falam”: a criação de um espaço museológico na Igreja Matriz de Lagoa”.
O literário aparece mais de uma vez como tema no Congresso, seja num conto de Branquinho da Fonseca ambientado nos Açores ou na relação do poeta Fernando Pessoa com o turismo, ou a importância de Raul Brandão, Daniel de Sá.
Cinco livros serão lançados durante o evento. Um sobre o diálogo intercultural, as religiosidades populares, a música e as migrações, que é o resultado do congresso ibero-americano anterior, realizado no Chile, em 2017, e tem como editores os professores doutores Ángel Espina Barrio, Luiz Nilton Corrêa e Jaime Roberto Montes Miranda. O professor Ángel Aguirre Baztán lançará o Dicionário Temático de Antropologia Cultural, de que é organizador e autor. A obra é um lançamento da editora espanhola Delta.
De António Salvado será lançado Museu e Comunidade e Outros Textos; de Luiz Henrique Sormani Barbugiani: A Colheita da Prova Testemunhal em Juízo no Brasil: Uma visão antropológica; e de José Carlos Gentili: Museus e Suas Gestões: Do descaso ao caso do Museu da Estrada Real dos Currais.