Câmara homenageia Fátima Sequeira Dias com exposição “No meu canto”

“No meu canto” - Homenagem póstuma a Fátima Sequeira Dias é o nome da exposição que a Câmara Municipal de Ponta Delgada, através do Coliseu Micaelense, inaugura esta quarta-feira, 12 de outubro, às 18H30, na Sala do Forno do Centro Municipal de Cultura.

A exposição, que abre ao público no dia em que a professora universitária celebraria o seu aniversário, pretende partilhar o seu mundo pessoal através de uma mostra de elementos que caracterizavam os seus gostos e predileções.

Dos seus hábitos de escrever notas em pequenos cadernos à sua paixão pela arte, não esquecendo as suas receitas de culinária ou, até mesmo, os seus livros, a exposição inclui ainda o mobiliário do seu escritório assim como as suas ferramentas de trabalho.

Com a curadoria de Miguel Batista e a inesgotável colaboração e disponibilidade da família, nas pessoas da sua mãe, Mariana, e do seu filho, Rodrigo, “No meu canto” de Fátima Sequeira Dias é um reconhecimento público pela mulher e mãe que foi, numa viagem não só sentimental ao seu lar, mas também a particularidades humorísticas de que tanto apreciava e adoraria protagonizar.

Fátima Sequeira Dias faleceu a 7 de Janeiro de 2013, vítima de doença prolongada.

Dedicou grande parte do seu trabalho à história da ilha onde nasceu e viveu e, em particular, à evolução económica e social micaelense e açoriana, ao longo dos séculos XIX e XX. Em nota do CHAM, de entre os inúmeros trabalhos que publicou, destacam-se os dedicados a grandes empresas locais e aos homens de negócios que marcaram o desenvolvimento insular, como foram os casos, em especial, da empresa e da família Bensaúde, e também da SATA, da Fábrica de Tabaco Micaelense, entre outros. A presença judaica na região, bem como a herança legada por esta comunidade, também mereceram o interesse e a atenção de Fátima Sequeira Dias, que publicou diversos trabalhos sobre a temática, assim como no âmbito da história de género, com destaque para as problemáticas em torno da afirmação e emancipação da mulher na sociedade contemporânea.

Na Universidade dos Açores desempenhou variados cargos como os de diretora do Curso de História, pró-reitora para as Relações Universidade/Sociedade, presidente do Conselho Científico e presidente do Conselho do Departamento de Economia e Gestão. Era membro da Associação Portuguesa de História Económica e Social, tendo sido galardoada pela congénere internacional com o Prémio Recent Doctoral Reserarch in Economic History, em 1988. Era investigadora do CEPLA e chegou a ser investigadora integrada do CHAM entre 2009 e 2010. Foi ainda colaboradora da RTP-Açores e do jornal Açoriano Oriental.

Fátima Sequeira Dias granjeou, no meio académico, projeção nacional e internacional e era também muito querida pelos seus dotes humanos. Otimista por natureza, generosa e bem-disposta, contagiava os seus numerosos colegas e amigos com o seu sorriso fácil e bem-humorada gargalhada. Apesar de ainda ter muito para dar à sua família e à historiografia contemporânea, partiu cedo demais, mas pelo seu perfil e pela valorosa obra que deixou, a sua presença jamais se apagará da nossa memória.

A exposição “No meu Canto” - Homenagem póstuma a Fátima Sequeira Dias está patente até 19 de novembro.

Ponta Delgada, 10 de outubro de 2016
Assessoria de Imprensa