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Recuperação da antiga Sinagoga distingue Ponta Delgada na cultura e no universo dos legados hebraicos internacionais
Humberto Melo afirma que a Câmara Municipal de Ponta Delgada está orgulhosa da opção de recuperar a antiga sinagoga da cidade, que é, passados três anos após a sua reabertura como museu hebraico, “a demonstração sólida de uma política de cultura e de distinção da nossa cidade, no universo planetário dos legados hebraicos”.
O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada em exercício falava na abertura do Colóquio Nacional “Património e Identidade Hebraica”, que teve início esta quinta feira, com um programa científico de dois dias, e um programa cultural que se prolonga até segunda feira, com open days, concertos e sessões de poesia, assinalando, assim, o terceiro aniversário do Museu Hebraico Sahar Hassaimam.
“A Câmara orgulha-se da sua opção, convicta e determinada, com que encarou e encetou a recuperação de um dos mais importantes patrimónios hebraicos existentes em Portugal”, reiterou o autarca, salientando que o atual espaço museológico, num curto tempo após a sua reabilitação e abertura ao público “já comprova a validade da decisão municipal de reabilitar a sinagoga e de, simultaneamente, transformá-la em museu e arquivo documental da memória judaica, lançando novos desafios e distinção valorativa.”, do concelho.
Humberto Melo registou que, de entre os mais de 15 mil visitantes que já passaram pelo museu hebraico, muitos são turistas, “alguns em busca de encontrar a marca das raízes da sua árvore genealógica”, acrescentando, ainda, que também os locais ali vão “reconhecer ou estudar personalidades que se destacaram ou, ainda marcam a vida social, empresarial e cultural da nossa cidade.”.
O Presidente em exercício sublinhou, ainda, a importância dada ao museu hebraico de Ponta Delgada por investigadores e historiadores que “pesquisam e estudam, aqui, no meio do Oceano Atlântico, um legado histórico-cultural único na nossa história nacional e insular, de características judaico-cristãs, que preservamos.”.
Neste sentido, salientou a importância do colóquio nacional, que se realiza tendo como pano de fundo a antiga sinagoga, e que reúne alguns dos mais renomados especialistas e académicos, da região e do país, da História e da Identidade Hebraica.
Elogiando a organização sob a tutela da Vereadora da Cultura, Maria José Lemos Duarte, Humberto Melo destacou as presenças neste colóquio de Vera Jardim, Presidente da Comissão Nacional da Liberdade Religiosa e ex-Ministro da Justiça, dos autarcas António Pita e Hugo Cristóvão, respetivamente o Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide e o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Tomar, cidades com que o museu de Ponta Delgada está a encetar cooperações, do Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, Gabriel Steinhardt, bem como de outros membros daquela comunidade que, em parceria com a autarquia, ajudou a reerguer o antigo templo hebraico.
Também o Presidente dos “Amigos da Sinagoga” e coordenador do Museu Hebraico Sahar Hassaimam interveio na abertura, destacando o caráter pedagógico e cultural do evento, que agora se realiza, e fazendo um enquadramento da cultura hebraica nos Açores.
A abertura do Colóquio Nacional “Património e Identidade Hebraica” ficou marcada por uma conferência inaugural sobre “Judaísmo, Insularidade e Diáspora: presenças, memórias e destinos hebraicos no Arquipélago dos Açores”, da responsabilidade do Professor Eduardo Ferraz da Rosa, da Sociedade História de Portugal. Ferraz da Rosa c
é Professor Universitário, Escritor e Investigador, licenciado em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, Professor Assistente Graduado de Carreira, e especialista em Axiologia e Ética.
Esta sexta feira, o colóquio continua das 9h30 às 17h00, no Centro Natália Correia, na Fajã de Baixo.
Aberto aos interessados, o dia será preenchido com a conferência sobre “Judeus em Portugal”, por Samuel Levy, às 09h30.
O primeiro painel, às 10h00, é dedicado ao “Pensamento, Sociedade e Direito na Questão Judaica” com Mendo Castro Henriques (Messianismo Judaico e a categoria política da Promessa), Cláudia Ninhos (Memória e Ensino do Holocausto em Portugal: Transformações e Desafios) e José Vera Jardim (A Tolerância como Princípio Fundamental da Convivência Inter-religiosa). A moderação será de Eduardo Ferraz Rosa.
“As Comunidades Sefarditas em Portugal” é o tema do 2.º painel, moderado por José de Almeida Mello, com Gabriel Steinhardt (A Comunidade Israelita de Lisboa e a sua Ação nos Dias de Hoje), António Pita (Do Turismo das Emoções ao Turismo das Linhagens: O caso de Castelo de Vide), Hugo Cristóvão (A Comunidade Judaica de Tomar e a sua Sinagoga) e José Oulman Carp (O Testemunho de uma Família Judia dos Açores em Lisboa).
No período da tarde, “Os Judeus na Literatura” é tema do painel moderado por Gabriela Funk, com apresentações de Paulo dos Santos Coutinho (Eça de Queirós e a questão judaica), Vamberto Freitas (Os Judeus na Literatura dos Estados Unidos da América) e Urbano Bettencourt (José Bensaude – para lá do empresário).
Os trabalhos prosseguem com um painel sobre “A Sociedade Açoriana e a Sinagoga de Ponta Delgada”, moderado por Margarida Lalanda, com Carlos Cordeiro (A Sociedade Açoriana no Século XX), Ronaldo Couto e Nuno Engrácio (Visitas ao Museu Hebraico Sahar Hassamaim:Narrativas e Análises) e José de Almeida Mello (O projeto de recuperação da Sinagoga Sahar Hassamaim e os novos desafios para o futuro).
Fará a síntese dos trabalhos Nuno Bettencourt Gomes, no encerramento que conta com a presença da Vereadora da Cultura da Câmara de Ponta Delgada, Maria José Duarte.
Têm lugar “open days” a 21, 22 e 23 de abril, com visitas à sinagoga e Cemitério Judaico, Leitura de Poemas Hebraicos, na sinagoga e concertos pelo Coro Johann Sebastian Bach, às 21h30.
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