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Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico de Ponta Delgada quer primar pela diferença

Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico de Ponta Delgada quer primar pela diferença
27 Junho 2017
CMPD

A apresentação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico de Ponta Delgada 2017/2021 decorreu hoje, em sessão pública e perante dezenas de empresários ligados à área do Turismo, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

“A Caracterização da Atividade Turística em Ponta Delgada” foi apresentada por João Crispim e o “Desenvolvimento Estratégico do Turismo em Ponta Delgada”, por Gualter Couto (ambos Fundo de Maneio, Lda.).
Foram realizados 400 inquéritos, 40 entrevistas e identificadas 11 zonas de potencial turístico, 50 imóveis, 19 projetos estruturantes, 147 fatores de atratividade e mais 150 ações.
Ponta Delgada apresenta-se como uma marca forte e com capacidade de competir com grandes referências nacionais.
Neste sentido, o Presidente da Câmara fez questão de referir que “as orientações estratégicas de um investimento e a importância de um planeamento foram feitas ao longo deste mandato. Começamos por avançar para um Plano de Desenvolvimento Estratégico Global, que foi o “chapéu” e um declinação para um segmento fundamental de desenvolvimento estratégico de Turismo.”
José Manuel Bolieiro adiantou que a Câmara está a trabalhar no calendário adequado.
“Não são as eleições que me movem, mas antes o desenvolvimento estratégico de Ponta Delgada e uma boa opção de planeamento com parceiros, com conhecimento científico, de investigação e tanto um como o outro foram elaborados, com a auscultação de todos os «stakeholders», ou seja, com as forças vivas do concelho de Ponta Delgada, com dinamizadores da economia do concelho e dos Açores”. - acentuou.
Salientou, por outro lado, que “os planos de desenvolvimento estratégico e o seu planeamento devem ser feitos a médio e longo prazos. É isso que está aqui perspetivado, aliás, envolvendo investimento público municipal, investimento público regional e nacional, bem como investimento privado. Este manancial de projetos e de ideias serve exatamente percurso de médio e longo para esse percurso de médio e longo prazos.
No entanto, referiu que “temos muito trabalho realizado e muito do que foi realizado foi com sentido estratégico. Este plano de desenvolvimento estratégico confirma e está enquadrado nos projetos que já desenvolvemos, como os eventos âncora de animação turística, a valorização do património identitário de Ponta Delgada e dos Açores, como, por exemplo, a Sinagoga (uma referência), a valorização a nossa identidade religiosa.”
“Quando estamos a potenciar e a valorizar o percurso e a fruição da Avenida Infante D. Henrique e da Avenida João Bosco Mota Amaral tem enquadramento no plano agora apresentado. O mesmo acontece com a valorização da coesão territorial, através da descentralização dos meios e apostamos na reabilitação e regeneração urbana, promovendo, sobretudo, a reabilitação em vez da construção nova. Estes já são elementos do realizados.” - disse.
Ainda de acordo com o Presidente do maior Município dos Açores, “hoje, Ponta Delgada – e ninguém pode negar – é líder nos principais rankings nacionais, feitos por entidades absolutamente independentes, em muitas áreas. Há muito feito, o que nos confere orgulho e que nos põe na liderança enquanto motor de desenvolvimento dos Açores e do país. Temos muito feito.”
O que hoje foi apresentado, segundo José Manuel Bolieiro, “são desafios para aperfeiçoar e reforçar esta condição e subirmos o patamar no plano nacional e europeu.
O Autarca disse, ainda, que a Câmara de Ponta Delgada pretende marcar diferença, mas enquadrado os projetos municipais com a Região e envolvendo-se no motor de desenvolvimento para os Açores inteiros e não estarmos numa ilha isolados.
“Termos orientações compatíveis com o planeamento regional, dando novas aportações e até estimulando revisões futuras que se conformem com a modernidade e com aqueles que são os elementos investigados, as entrevistas realizadas, os testemunhos prestados de todos os «stakeholders», designadamente do setor turístico.” - frisou.
José Manuel Bolieiro sublinhou que “não podemos confundir os planos estratégicos com os planos plurianuais de investimento, com a quantificação das verbas. Hoje, estamos a apresentar orientações estratégicas que sejam boas para fundamentar decisões da política municipal, que se enquadrem e possam potenciar e influenciar as decisões regionais, devidamente conformadas com este projeto, que também seja uma boa orientação para o investimento privado.”
“Muitos dos pontos apresentados são já hoje realizações e não estamos perante um projeto de tudo a fazer e nada feito. Pelo contrário, o que vimos foi muito feito e muito para fazer. Temos já enquadrado um conjunto de investimentos que a política municipal de Ponta Delgada tem desenvolvido. Vamos estar com diálogo crítico com os «stakeholderes» e todos os que quiserem dar opinião sobre esta matéria. Há, no entanto, decisões tomadas que correspondem a este percurso que aqui e que está consolidado no documento agora apresentado.” - acrescentou.
Por outro lado, referiu que “o que interessa, agora, é dar orientação para o futuro investimento municipal que se enquadre e dê continuidade e coerência a este percurso e, também, no quadro do investimento regional e do investimento privado.”
Um dos primeiros projetos que José Manuel Bolieiro gostaria de ver concretizado, o mais rapidamente possível é a valorização do investimento turístico com a preservação e conservação da natureza. Temos esta referência como uma referência prioritária na valoração dos turistas. Outra das prioridades é a preservação da nossa identidade. Ou seja, o elemento citadino, identitário do povo, de realizações no âmbito do turismo religioso, além da criação dos eventos âncora de grande projeção nacional e europeia, como das Noites de Verão, a PDL White Ocean, os apoios ao Tremor e ao Walk&Talk, além do nosso evento âncora de inverno, que estamos a desenvolver em parceria com a Câmara do Comércio para a época natalícia
Saliente-se que Ponta Delgada foi considerada como a cidade mais hospitaleira de Portugal 2017 e, segundo o plano hoje apresentado tem grandes potencialidades ao nível do turismo de natureza, turismo náutico, turismo cultural e turismo gastronómico
Ponta Delgada é apresentada como um destino criativo, ecológico e inteligente, sendo que no plano se defende a consolidação da promoção externa e da marca da maior cidade açoriana. A candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027 é um fator de extrema importância para os autores do plano.
Inquestionável é a centralidade do concelho de Ponta Delgada no contexto da Região, uma vez que aqui se concentra uma importante parcela da população, da atividade económica e de fluxos turísticos.
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico de Ponta Delgada foi criado com o objetivo de reforçar a qualificação do concelho enquanto local de excelência para a atividade turística, de forma plenamente integrada no destino «Açores», mas destacando, também, traços diferenciadores que consolidem a sua liderança, competitividade e crescente atratividade.
O setor do turismo emerge, assim, com acrescida importância, abrindo renovadas perspetivas de desenvolvimento socioeconómico e exigindo uma melhor preparação para potenciar o seu sucesso sustentado em Ponta Delgada.
O Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores (PEMTA) destaca o Turismo de Natureza como prioritário, demonstra alguma ambição no posicionamento internacional e, embora se foque na evolução regional de forma holística, aponta claramente, também, para a possibilidade de diferenciar a oferta de cada ilha e perspetivar a melhoria da qualidade do ambiente urbano e a reabilitação e manutenção dos centros históricos.
O Plano Estratégico de Desenvolvimento 2014-2020 de Ponta Delgada testemunha dessa realidade, evidenciando, também, a importância crítica do turismo na projeção futura do concelho.
Dos sete eixos estratégicos definidos, três referem explicitamente dinâmicas da cadeia de valor deste setor, procurando um concelho com património natural e cultural de dimensão nacional e internacional, com uma constelação de locais para viver e visitar e com uma oferta turística de relevo, abarcando a maioria das intervenções estratégicas definidas. É, portanto, de elementar razão que o concelho procure potenciar os seus principais recursos e debelar as suas limitações internas, de modo a consolidar as condições para o desenvolvimento turístico e reforçar a liderança regional que já ostenta, de acordo com o Portugal City Brand Ranking, elaborado pela Bloom Consulting.
Sobre a realidade específica de Ponta Delgada, verifica-se que é, sem dúvida, o centro turístico dos Açores. Em particular, o desenvolvimento da cidade, a qualidade e capacidade operacional dos serviços de apoio, o estado das condições de suporte e o nível de estruturação da oferta são, de forma clara, vantagens competitivas em relação aos restantes concelhos regionais, embora ainda existam necessidades de melhoria. Será relevante, por exemplo, destacar a sólida posição em primeiro lugar no ranking da Bloom Consulting para os Açores, dominando nas três categorias analisadas, “Viver”, “Visitar” e “Investir”.
Em relação à oferta, Ponta Delgada tem, atualmente, uma posição de liderança muito competitiva, possuindo mais de 6.000 camas distribuídas por todas as tipologias de alojamento, sendo que mais de 4.500 camas se encontram em unidades de Hotelaria Tradicional. A maioria dos cerca de 30 estabelecimentos hoteleiros está, sobretudo, localizada em meio urbano, surgindo em 2016 dois hotéis cinco estrelas, um na cidade e outro em zona rural.
O Alojamento Local tem também crescimento substancialmente, contando com quase 300 unidades, de forma dispersa por todo o concelho. O Turismo em Espaço Rural (TER) e Turismo de Habitação (TH) são as tipologias com menor disponibilidade de oferta, ficando mesmo atrás de outros dois concelhos da Região. Na animação turística, as empresas e as atividades terrestres são predominantes, embora existam várias soluções para as atividades marítimas, existindo uma boa avaliação global por parte dos visitantes. Não obstante, na generalidade, os pacotes são muito padronizados, com vários serviços a serem comuns entre as empresas, carecendo de maior diversificação. No setor da restauração, existe um grande potencial e vários casos de sucesso, que se conseguiram afirmar pela qualidade, pela experiência ou por pratos únicos. Porém, há numa evidente necessidade global de melhoria do serviço e da relação com o cliente, antes, durante e após o consumo, de modo a elevar a satisfação com esta atividade.
A procura turística em Ponta Delgada confirma a sua centralidade e importância estrutural na Região, dado que, só nas unidades de alojamento turístico (Hotelaria Tradicional, TER e TH) se registaram mais de 224 mil hóspedes em 2015, ou seja, mais de 50% da procura regional e mais de 81% do registado em São Miguel. Nas dormidas o comportamento é semelhante, sendo que Ponta Delgada atingiu praticamente as 758 mil dormidas. Contudo, a tendência de diminuição da estada média é uma evidência, que 2016 parece não contrariar, a avaliar pelos dados regionais, embora tenda para a estabilização. Por outro lado, a taxa de ocupação no concelho é superior à média global da Região, ficando apenas atrás da taxa de ocupação registada no concelho da Povoação, que possui muito menor disponibilidade de camas. Em 2015, os proveitos dos aposentos na Hotelaria Tradicional atingiram os 22 milhões de euros, mantendo o comportamento de crescimento dos últimos anos. Os preços praticados em 2016 aumentaram face a 2015 e colocaram a cidade no oitavo lugar das cidades com a noite em quarto duplo mais caras do País, com uma média de 83€.
Da informação recolhida diretamente junto de turistas foi possível perceber que as atrações naturais são os recursos que mais os fascinam. São também bastante procurados os trilhos pedestres, o whale watching, visitas a museus e locais culturais/religiosos. As Portas da Cidade são a atração mais visitada, seguida das Portas do Mar, Lagoa das Sete Cidades, o Centro da Cidade e o Miradouro da Vista do Rei. As paisagens e a preservação ambiental, a simpatia dos profissionais e locais e as vias públicas são os fatores que geram maior satisfação nos visitantes. Inversamente, a disponibilidade de wi-fi gratuito em locais públicos, a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, o entretenimento e animação noturna e a conservação de edifícios são os elementos que produzem menor satisfação. Globalmente, a média de satisfação com o destino «Ponta Delgada» é bastante elevada, embora se apontem várias oportunidades de melhoria, nomeadamente a qualidade do serviço e a variedade do serviço de restauração, a animação noturna, a conservação dos edifícios e a diversidade de espaços culturais.
O contexto em que se insere o concelho de Ponta Delgada é único em toda a Região, assumindo uma posição de liderança em termos dimensão territorial, social e económica. Embora existam traços comuns comparativamente a outros concelhos açorianos, as características intrínsecas da cidade de Ponta Delgada aportam um elevado potencial para o desenvolvimento turístico de forma diferenciada e central na dinâmica regional.